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CRONICA PÚBLICADA EN EL JORNAL VITRINE OESTE DE SÃO PAULO /BRASIL COM UN TIRAJE DE 45.000 EJEMPLARES,,CONFIRMADO QUE HOY SOY CONSIDERADO LO MEJOR DEL ARTE LATINO AMERICANO,,Cultura
Integração latino-americana
O Centro Cultural Chile-Brasil, além de servir como ponto de convergência de cidadãos latino-americanos que chegam ao Brasil, também dá voz a artistas emergentes da região
Oferecer suporte para pessoas realizarem eventos relacionados às artes plásticas, teatro, música, literatura, e servir como um ponto de convergência de cidadãos provenientes de países da América Latina em trânsito pelo Brasil. Essas são as duas funções primordiais do Centro Cultural Chile-Brasil, ONG criada há 28 anos pelo artista plástico chileno Juan Gajardo Fernandéz.
“Tenho um crédito de cultura de 28 anos na região; e quando surge um artista novo, que está começando, ele precisa encontrar o ‘caminho das pedras’, e nós mostramos por onde ele pode enveredar, em quais caminhos pode trilhar, até aprender a ser um empreendedor de sua arte, dirigindo sua carreira comercialmente, mas sem perder a essência artística”, explica.
Natural da cidade de Temuco, interior do Chile, Juan chegou ao Brasil em 1982, como adido cultural do Chile no Brasil, ou seja, um representante da cultura chilena no país. E se estabeleceu na região do Alto da Lapa, onde criou o Centro Cultural Chile-Brasil, com a idéia de “unir a cultura latina”.
No Centro Cultural, promove eventos como saraus, apresentações musicais, aulas da culinária típica dos países latinos, reúne artistas, pintores, cantores. O local, de estilo bem despojado, assim como Juan faz questão de ser, é decorado com motivos típicos da cultura chilena, algumas obras de artistas que passaram pelo local e com dezenas de obras de Juan, talentoso artista dono de um estilo expressivo que pode ser definido como “realismo surrealista”.
Dentre estas, algumas de forte impacto, como as que aludem aos desaparecidos durante a ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1989), às torturas terríveis praticadas nos chamados “campos de concentração” que pulularam pelo interior do país andino, além de outras relativas a tragédias bem brasileiras, como o massacre do Carandiru e a morte de Jean Charles de Menezes pela polícia londrina.
Avesso ao circuito tradicional das artes paulistano, diz que não vende nenhuma de suas obras “para ter liberdade de expressão, pois elas são destinadas ao acervo da cultura latino-americana”. “Só tenho uma obra em museus, que doei para a Tomie Ohtake.”
Chileno de nascimento e brasileiro de adoção, Juan Gajardo é Delegado de Cultura da Região da Lapa, e diz que o grande objetivo do Centro Cultural Chile-Brasil é o de valorizar a cultura de base, para que o artista local tenha possibilidade de se apresentar perto de onde vive. “Nosso principal interesse é a inclusão social através da cultura e da arte.”
Dessa forma, uma de suas iniciativas é a de auxiliar a moradores desfavorecidos da região, e também de outros bairros de São Paulo. “Costumo andar pelos CEU’s atrás de pessoas que estejam em busca de oportunidade de aprender alguma atividade”, diz, exemplificando o que relata: dentro do Centro Cultural, por exemplo, mantém um Fusca, que utiliza como “laboratório” para jovens que queiram aprender mecânica. “Depois tento encaminhar esse jovem a uma das oficinas mecânicas da região, aonde ele poderá, se tiver empenho e vontade, conseguir uma ocupação.”
Há ainda outros trabalhos feitos por jovens que vivem em favelas, como uma cadeira de madeira modulável que se transforma numa mesa. Criada pela criatividade do próprio garoto. “É isso, queremos que a pessoa, através de sua habilidade, consiga se inserir na sociedade”, reflete Juan.
De espírito inquieto e solidário, está sempre atento ao que se passa à sua volta e em sua terra natal. Recentemente, inclusive, conseguiu evitar uma tragédia cultural no Chile. É que estavam querendo demolir a antiga casa na qual o poeta chileno Pablo Neruda viveu durante sua infância, em Temuco.
Quando soube do disparate, Juan decidiu se movimentar: primeiro tentou adquirir o imóvel a fim de preservá-lo. Como não conseguiu, mandou então uma carta à Ministra da Cultura do Chile, Paulina Urrutia Fernandez, solicitando atenção ao que estava prestes a ocorrer.
A resposta veio na forma de uma carta oficial, assinada pela presidente chilena Michelle Bachellet: a casa foi tombada como monumento nacional cultural chileno.
Centro Cultural Chile-Brasil
Rua Cerro Corá, 645 – Alto da Lapa
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